11 de fevereiro de 2022 UFRJ desenvolve vacina contra a COVID-19
A Universidade Federal do Rio de Janeiro avança no combate à pandemia de COVID-19. A notícia boa é que a UFRJvac, vacina que está sendo desenvolvida pela UFRJ, encontra-se nos últimos estágios de estudos em animais, os chamados estudos pré-clínicos.
A pesquisa da UFRJvac é coordenada pela professora Leda Castilho, que também coordena o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ).
Professores e pós-graduandos de outras unidades da UFRJ também participam dos estudos, como os do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM), Faculdade de Farmácia (FF), Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), Faculdade de Medicina (FM), Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Instituto de Química (IQ), Escola de Química (EQ), Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), Instituto de Microbiologia Paulo de Góes (IMPG) e Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (Iesc). Cientistas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), da Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto (USP-RP) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (ID’Or) também estão envolvidos no desenvolvimento e nos testes da UFRJvac.
Diferenças entre a UFRJvac e as vacinas já aprovadas
De acordo com Castilho, as vacinas Moderna e Pfizer se baseiam no RNAm (RNA mensageiro) que codifica a proteína S do coronavírus. Quando injetado no ser humano, o corpo passa a produzir a proteína S, que é reconhecida como exógena, e por isso desencadeia a resposta imune e a produção de anticorpos. “Já as vacinas de Oxford, Gamaleya (Sputnik V) e Janssen são vacinas de vetor viral: pegam outros vírus que são inofensivos em humanos e colocam, no genoma desses vírus, o gene que codifica a proteína S. Assim, quando o organismo recebe essas vacinas, também começa a produzir a proteína, que então desencadeia a resposta imune”, afirma.
“No caso da UFRJvac, em vez de injetar um RNAm ou um vetor viral contendo a sequência para produção da proteína dentro do organismo, fizemos isso dentro de uma célula no laboratório. Essa célula passou a produzir a proteína S e, hoje em dia, é cultivada em grandes biorreatores, para que ela produza grande quantidade da proteína. Então, no caso da nossa pesquisa, a vacina já contém a proteína pronta”, destaca a pesquisadora.
Os cientistas do Lecc/Coppe/UFRJ conseguiram produzir, pela primeira vez, a proteína S antes do carnaval de 2020, ou seja, antes mesmo da confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil. A proteína, produzida e purificada na UFRJ, tem sido utilizada na fabricação de testes sorológicos mais baratos do que os utilizados comercialmente, e de soro anti-covid obtido em cavalos, assim como em pesquisas básicas realizadas em diversas instituições brasileiras.
Com informações da Coppe/UFRJ e COORDCOM UFRJ