27 de maio de 2024 Invenção da UFPR em parceria com a UFRJ combina arte e tecnologia
Uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná e a Universidade Federal do Rio de Janeiro originou uma invenção que combina sustentabilidade com arte e tecnologia. O processo de moldagem para obtenção de peças plásticas poliméricas revestidas ou não com metais partir de filamentos poliméricos produz peças tridimensionais que podem valorizar o plástico reciclado.
A tecnologia funciona a partir de uma extrusora que pode ser alimentada por diferentes tipos e composições de plástico, como a de polipropileno e serragem de madeira. Esta composição resulta num material maleável o suficiente para a moldagem, dá a cor de madeira, apresenta a rigidez apropriada depois de fria e apenas com a proteção de uma luva de algodão é possível manipular os filamentos recém-formados para produzir as peças.
A criação foi desenvolvida pelos pesquisadores Sônia Maria Assunção Veroneze, Thais Helena Sydenstricker Flores-Sahagun e Ramon Cortes Paredes da UFPR em parceria com Nivaldo Rodrigues Carneiro, professor da Escola de Belas Artes da UFRJ.
“Acreditamos que a multidisciplinariedade é muito importante no desenvolvimento de novas tecnologias, assim, unimos conhecimentos da engenharia com o de uma designer, a Sônia Veroneze e com o do professor de escultura da EBA/UFRJ, Nivaldo Carneiro, para desenvolver um novo processo de moldagem de plásticos”, conta Thais, graduada em Engenharia Química pela UFRJ e atualmente professora na UFPR.
Segundo a WWF, o Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico. Dessa quantidade, cerca de apenas 10% é reciclado ou reaproveitado. Por isso, processos inovadores que mudem o destino desses resíduos e valorizem o produto reciclado são fundamentais, como no caso desta invenção, que incentiva a reciclagem através da produção de peças como baldes, móbiles, objetos de decoração e outros.
“Pensamos em recicladoras que vendem grânulos reciclados ou outros perfis (filamentos, tubos ocos ou maciços, calhas etc), e uma vez que sejam produzidas peças tridimensionais, o valor agregado do produto aumenta. Trabalhadores sem educação formal, mas talentosos, podem criar peças muito originais com plástico reciclado.”, explica a professora. “Esse diálogo entre a tecnologia e a arte amplia as opções de texturas, cores e uso de novos materiais poliméricos em instalações, esculturas e projeto de novos produtos”.
O processo de moldagem para obtenção de peças plásticas poliméricas pode ser considerado de impressão 3D, porque o plástico funde e na forma de filamento ainda viscoso é moldado de acordo com a criatividade do operador, seja com as próprias mãos ou com um molde.
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